quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009



Um Muro, duas áreas, três judeus, muitas vozes
Umas podem ser ouvidas, outras não.

E continua a ser um Muro de Lamentações

Rabinas e mulheres do movimento judaico reformista americano e israelense causaram controvérsia ontem no Kotel, quando rezaram e cantaram alto vestindo talit e kipá no lado feminino do Muro das Lamentações. Elas fazem parte de um grupo de centenas de rabinos reformistas americanos que vieram a Israel para o encontro da CCAR - Central Conference of American Rabbis. Participaram das orações às 7 da manhã junto com a Organização Mulheres do Muro.

Havia cerca de 70 mulheres rezando quando algum homem do outro lado passou a gritar que a voz feminina atrapalhava e era ofensiva”, disse Anat Hoffman, ativista pelo judaísmo reformista em Israel. As mulheres ortodoxas chamaram a polícia para obrigar as reformistas a tirar o talit e a kipá, e se apresentaram como as “defensoras do pudor” ou algo parecido.

Segundo Jackie Ellenson, uma das mulheres presentes e esposa de David Ellenson, presidente do Hebrew Union College (HUC) – seminário rabínico onde estudo – o local é sagrado para todos os judeus e judias, e que não é propriedade do movimento ultra-ortodoxo. Não é, mas eles são vistos e se sentem como tais.

Merav Seger, porta-voz da Central para o Pluralismo Judaico, o braço jurídico do Movimento Reformista em Israel, afirmou que o incidente ocorreu porque havia mais mulheres do que o usual e que, por isso, as orações foram feitas em tom mais elevado do que o comum.

Eu não quero o guet! (menina de 14 anos)
Em uma atitude bem adolescente, um rapaz de 17 anos entregou, diante de amigos por testemunhas, um anel à namorada de 14 anos e, em um bairro de Jerusalém, proferiu a declaração típica no momento do casamento judaico: “Eis que você me é consagrada por este anel...” e por aí vai. Segundo as leis judaicas eles se casaram (olha aí gente, não é preciso rabino para celebrar o casamento – vale como estudo de caso).


Pois não é que os pais do rapaz os obrigaram a se divorciar?
Após toda uma negociação – pois a moça queria viver com o rapaz e não pretendia se divorciar – o tribunal rabínico realizou, na presença do jovem casal, o processo de guet e configurou o divórcio. Segundo o jornal Haaretz ela é a mais jovem divorciada na história de Israel. Não me ficou claro se na história do povo de Israel, da Terra de Israel ou do moderno Estado de Israel. Mas em se tratando de rabinato, é mais provável as duas primeiras alternativas.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

We Can Work It Out
The Beatles, na voz de Noa e Mira Awad

em Paris


EM ISRAEL: Mira Awad, árabe e Noa, judia - juntas

Mais Noa e Mira Awad, por favor
passo um resumo do texto publicado no link http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2009/02/25/ult574u9187.jhtm

Nesta longa noite, como diz uma das canções desta dupla israelense - uma judia, uma árabe -as belas e afinadíssimas Noa e Mira Awad são uma única chama acesa de paz com o poder, queir Deus, de iluminar um ambiente inteiro coberto pelas cinzas da guerra.

Que elas sejam escutadas não só no festival Eurovision da Canção, mas principalmente no coração das lideranças israelenses e palestinas.

Em Israel, judeus e árabes cantam juntos, mas é ouvido o coro político
Ethan Bronner, Tel Aviv (Israel)
tradução: George El Khouri Andolfato

Achinoam Nini, uma cantora judia israelense e ativista da paz, conhecida no exterior por seu nome artístico, Noa, foi escolhida por Israel para representar o país no Festival da Canção Eurovision - em maio em Moscou, com uma audiência de 100 milhões de telespectadores - e se propôs a participar com sua colaboradora artística, a cantora árabe israelense Mira Awad.
Foram rotuladas por muitos na esquerda e na comunidade árabe como um esforço para embelezar uma situação horrível. Nem Noa, 39 anos, nem Awad, 33 anos, se deixaram abalar.

"Eu estou muito preocupada com a inclinação aos extremos tanto no lado israelense quanto no palestino", disse Awad, "esta não é a minha visão de um Estado palestino, um Estado de extremistas religiosos no qual as pessoas das quais eles não gostam são baleadas nas pernas. Entre as canções preparadas,em igual proporção de hebraico, árabe e inglês, uma diz:"E quando choro, eu choro por todos nós, minha dor não tem nome", e outra: "Para onde podemos ir daqui? Irmã, tem sido uma longa noite". Durante a última guerra contra o Hamas, Noa postou uma carta em seu blog condenando os radicais islâmicos do Hamas e pedindo aos seus "irmãos palestinos" que se unam para eliminar o que chamou de monstro horrível do Hamas. Isto foi amplamente interpretado como um endosso à guerra de Israel em Gaza, apesar de ela ter dito que não."O que escrevi foi baseado no que meus amigos palestinos em Gaza me contaram, de que são ameaçados pelo Hamas", ela disse."Todo mundo é responsável por acrescentar algo em prol da paz e da coexistência", diz Noa. "A nossa contribuição é a música. Nós temos uma amizade real. É claro que discutimos. Mas a beleza é que oferecemos um exemplo de como poderia ser a coexistência."

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O assassino amir diante do fantasma de sua vítima

igal amir, assassino do primeiro-ministro Itzchak Rabin (cuja memória será sempre lembrada como uma bênção), há um mês está numa prisão no extremo norte de Israel, em prisão de segurança máxima. Depois que deu uma entrevista sem permissão para a mídia israelense - o que é ilegal - perdeu uma série de direitos: não pode falar ao telefone, não pode encontrar a família, não pode ter encontros íntimos com sua esposa (que o conheceu após ele ter assassinado o primeiro-ministro), vegeta sozinho. Além disso, aparentemente para provocá-lo, foi colocado um poster com a foto de Rabin diante de sua cela. É a única foto existente lá.
Segundo os carcereiros, a provocação causou efeito: embora amir não reaja diretamente à foto, ele busca não encará-la. Mas em seus pesadelos, certamente ela o assombra.

A presença de amir em vida não nos faz esquecer que ele é apenas um entre vários. Ele causa a admiração dos fanáticos por haver conseguido seu intento. É bom lembrar-se dele de vez em quando, para evitar que outros "amirs" se arrisquem a fazer o mesmo, pois como está escrito: "Nunca se esqueça do que te fez Amalek".

Amalek amir dorme - se dorme - com os olhos de Rabin sobre ele. Não há como escapar.
Com a alma comprometida

Estou lendo um livro que já imaginava ser interessante, mas é mais do que isso: é envolvente, inteligente, criativo e tradicional ao mesmo tempo. Trata-se de Mitchaievet Benafshi ("Com Minha Alma Comprometida") de Ruchama Weiss, sem tradução para outras linguas por enquanto. O livro desta professora (sim, professor-a) de Talmud propõe uma leitura pessoal, um diálogo com textos do Talmud a partir da sensibilidade feminina.

Há trechos preciosos. tentarei passar a vocês alguns - e quem sabe "alguém" (ou eu mesmo) se anime a traduzir o livro para o português.

Rabi Shimon diz: "Aquele que anda no caminho e estuda, mas interrompe o seu estudo e diz,'Como é agradável aquela árvore! Como é agradável este campo cultivado!'— a Torá Escrita o considera como se ele tivesse a sua alma comprometida".
Mishná, Tratado Avot (Ética dos Pais), cap.3, mishná 7

1.
"Um homem que anda pelo caminho vive sua vida regularmente. Vai ao trabalho, volta, come. Ganha dinheiro. Normal. No momento em que ele ergue os olhos e vê a árvore, este é o momento da oportunidade de mudança. Ele entende que há chance de viver outro tipo de vida. Ele precisa decidir..."
Ruchama Weiss, "Com minha Alma Comprometida" (sem tradução), 2006

2.
"E vocês jamais pensaram na árvore.
Apenas naquele que anda. Todo o dia me falam
daquele que anda. Pára. Como se fosse.
Pára? Compromete-se?
(então vocês o pegaram no momento de conflito)

E vocês jamais pensaram na árvore.
E o quanto, o quanto foi difícil para ela. É provavel que ela
pudesse abrir mão, e ser uma árvore como outra árvore,
ou lenha. Mas ela estava no caminho.

E como a sua alma correu! Correu
prá valer. Pelo caminho? E o que aconteceria
se ficasse?

E ele. O que ele diz -
Agradável? É mesmo?
E o caminho
e o que está escrito
e o que é preciso.

No fim ela estava ali, erguida. Diante dele. No caminho.
Comprometida com a sua dignidade.
Não defendida pela expressão "como se".
Vocês jamais pensaram na árvore.
Ruchama Weiss
(traduções: Uri Lam)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Casamento civil segundo o Likud - Uma Chupá no Telhado, com o Violinista ao Lado
Estrelando: Avigdor Liberman

O Likud se aproxima de um acordo com o partido Israel Beiteinu, de Avigdor Liberman.
Segundo o site
www.politico.co.il, quanto ao tema dos casamentos civis, que é um dos principais assuntos de divergência para uma possível coalizão com os partidos ortodoxos Shas e Iahadut Hatorá, o Likud ofereceu uma resposta lacônica: “O Likud esclarece que deve se encontrar uma solução para o problema pessoal de 300 mil não judeus segundo a Halachá, que fizeram aliá (imigração de judeus a Israel...) durante as últimas duas décadas.” Resta saber se no mundo encantado da política há lugar para a criativa proposta do Shas, abaixo. Será literalmente uma coalizão do barulho - que bom, porque será tão insuportável que logo, logo teremos novas eleições.

Enquanto isso, no céu, Scholem Aleichem se diverte, literalmente nas nuvens, enquanto Ben Gurion tenta se acalmar fazendo yoga. Golda Meir fica andando de um lado para o outro, dizendo: "Oi vei, oi vei."

Os homens fazem e Deus ri.



o mundo segundo Ovadia Yossef
Para o Shas é possível o casamento civil em Israel – basta se declarar não- judeu
Para participar de uma coalizão com o partido Israel Beiteinu, de Avigdor Liberman, o líder espiritual do partido Shas, rabino Ovadia Yossef (sim, o mesmo que disse que votar em Liberman era como votar em Satã) propõe uma solução que não deve em nada para as suas declarações excêntricas desde sempre: quer casar-se no civil? Por favor! O rabino propõe uma solução conciliatória haláchica (segundo as leis judaicas): basta que os noivos se declarem impróprios para um casamento judaico – em outras palavras: que se afirmem não-judeus. A proposta é apoiada pelo rabino-chefe sefaradi Shlomo Amar. Como ninguém havia pensado nisso antes?
a notícia completa (em hebraico), está no link http://www.politico.co.il/article.asp?rId=1513

Uma solução condizente com a decisão se sentar ao lado daquele que, segundo o rabino Yossef, representa o coisa ruim, como diria a Tia Anastácia.

Tia Anastácia, à direita, atrás do grande sábio, o Visconde de Sabugosa
Com isso o Shas “resolve” o problema de cerca de 300 mil casais – e o Estado debita da conta cerca de 300 mil judeus da população judaica de Israel - 5% a menos de judeus por aqui.


Que linda Chupá! ué, cadê o casal?
Por estas e outras, Tzipi Livni, do Kadima, pensa em fazer uma coalizão com o partido de Liberman e deixar o Shas de fora da Knesset. Difícil dizer, mas creio que dos males, talvez seja o menor. Talvez seja possível Tzipi domar a fera Liberman em seu afã anti-árabe, mas não sei o quanto é possível Bibi Netanyahu, do Likud, domar a fera Shas em seu afã anti todos os demais judeus que não sejam discípulos de Ovadia Yossef.

Enquanto isso, no excelente programa de humor Éretz Nehederet (Terra Maravilhosa), o país ri (para não chorar) dos nossos fanáticos e uma caricatura de Shalom Chanoch canta "Mashiach ló bá, Mashiach gam ló messamês (Mashiach não vem, nem enviará SMS - torpedo).

Benvindos a Israel, esta Eretz Nehederet!!!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Dólar dispara - em Shekels
Enquanto no Brasil o dólar patina entre R$2,20 e R$2,40, em Israel o shekel perde valor de modo constante. hoje um dólar vale NS 4,15 shekels.
Para se ter uma idéia, em maio do ano passado o dólar valia NS 3,20, e em janeiro deste ano estava em NS 3,80.
O governo parece buscar a desvalorização da moeda como instrumento para baratear as exportações. Há quem diga que chegará, no fim do ano, a NS 4,40. se for no passo dos últimos meses, pode chegar a mais de NS 4,50 ainda no fim do primeiro semestre de 2009.

Hoje R$ 1,00 = NS 1,84 shekels.


Pela primeira vez desde a Inquisição, queijo português recebe selo de cashrut
Cnaan Liphsitz
Link: Haaretz
tradução:Uri Lam

Pela primeira vez desde a Inquisição espanhola em Portugal, um laticínio recebeu um certificado oficial de cashrut. Trata-se de um queijo de cabra processado por um descendente dos anussim (judeus que foram forçados a se converter ao cristianismo). No ano passado, Jose Braz, dono da fábrica Queijos Braz, entrou em contato com Daniel Litwak, shaliach da instituição israelense Shavei Israel para o norte de Portugal e cidade do Porto, a segunda maior cidade de Portugal, e pediu que fornecesse um certificado de cashrut para o queijo Estrela da Serra, fabricado por Braz. Ele acredita que membros da sua própria família tenham sido membros da comunidade judaica de Portugal nos séculos 14 e 15, mas como muitos outros, foram forçados a se converter para escapar à perseguição da Inquisição. “Quando eu falei com Jose, ele me disse que pretendia se reconectar às suas raízes judaicas - esta foi a razão de contatar,” diz o rabino Litwak, nascido na Argentina. “Eu me surpreendi porque a marca dele é muito conhecida por toda parte a Europa. Ele não precisava do certificado para aumentar as vendas.”

Michael Freund, nascido em Nova York e presidente de Shavei Israel, organização baseada em Jerusalém que ajuda pessoas com raízes judaicas a se envolverem mais com suas comunidades judaicas, que imigrou para Israel há 10 anos, contou ao jornal Haaretz que Portugal “está assistindo a um renascimento judaico nos últimos anos.”

“Recentemente, foi disponibilizado o primeiro vinho casher de Portugal desde a Inquisição, depois o primeiro azeite de oliva e agora o queijo,” diz Freund. “Eu vejo uma clara conexão entre o quanto os anussim está redescobrindo suas raízes e o aumento do interesse (por produtos casher).”

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009


o pai e a foto de seu filho sequestrado

Guilad Shalit - a novela continua - 4a feira novo capítulo
Segundo o jornal Haaretz, pode ser assinado um acordo para a libertação do soldado Guilad Shalit das mãos do Hamas na próxima 4a feira. um jornal egípcio noticiou que o Hamas teria rejeitado uma proposta do Katar, que teria se oferecido a pagar US$ 400 milhões ao Hamas pela libertação de Schalit. verdade ou não, só Deus sabe.

Embora o Hamas tente desvincular a libertação do soldado sequestrado ao último conflito em Gaza, parece que o acordo prevê, em troca de Shalit, que haja um cessar-fogo prolongado (isso é algo absolutamente subjetivo em se tratando de Oriente Médio), abertura das passagens para Gaza de Israel e Egito, e libertação de 1.000 prisioneiros em Israel, entre eles 250 classificados como culpados por terem "sangue nas mãos", ou seja, terem participado de atentados terroristas contra cidadãos israelenses.

Que no próximo Shabat já possamos ter mais esperança de termos Guilad Schalit em casa.
shabat shalom

rabina Ellen Dreyfuss
Rabinas no poder

Enquanto no Brasil existe uma resistência enorme das comunidades liberais em terem rabinas - um paradoxo, por falta de informação, medo de confusão de identidade, etc. - nos EUA todos os movimentos judaicos não-ortodoxos são hoje presididos por rabinas.

vejamos:
REFORMISTAS: a rabina Ellen Weinberg Dreyfus, 57 anos, acaba de ser nomeada a nova presidente da Associação Rabínica Reformista, à frente de cerca de 2.000 rabinos.
CONSERVADORES: em outubro de 2008, a Assembléia Rabínica do movimento conservador elegeu a rabina Julie Schonfeld sua nova vice-presidente executiva (bom, vice, quase...).

RECONSTRUCIONISTAS: a rabina Toba Spitzer é a presidente da Associação Rabínica Reconstrucionista.

Talvez nós, brasileiros, sejamos os certos e a salvação do judaísmo liberal no mundo. ou talvez estejamos errados e tenhamos perdido o navio da história.

A bem da verdade, no Brasil há somente uma rabina, na comunidade Shalom, em São Paulo, do movimento conservador.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Bibi e Tzipi cantam vitória
no melhor exemplo judaico, ambos têm razão.
Bibi anuncia que será o próximo primeiro ministro, uma vez que o bloco da direita obteve o maior número de votos: 65.

Tzipi anuncia que será a próxima primeira ministra, uma vez que seu partido venceu as eleições e tem direito de receber do presidente Shimon Peres (simbolicamente, representa o papel honroso, digamos de "emérito" - que sobrou à esquerda israelense... triste) o direito de comandar as negociações para a formação do novo governo.

os comentaristas políticos falam que é mais provável que Bibi forme o governo, convide Livni a participar - e ela não aceite. Mas o poder é algo que pode distorcer a percepção das pessoas, e não duvido que ela componha com Bibi, desde que Liberman esteja fora.

Enfim, deixo por ora a vida de comentarista político, e volto à minha programação normal.
Tzipi: talvez ganhe mas não leve
será possível uma coalização Tzipi/Bibi/Barak?
uma presença elevada na votação, de 65% da população.

A direita israelense tem um total de 65 mandatos, contra 55 da esquerda. As eleições ficaram concentradas na disputa Tzipi (28)/Bibi (27) apimentadas pela disputa Liberman (15)/Ovadia Yossef (11), e pelo jeito assim continuará. Lamento que a extrema direita, laica e religiosa, tenha junta 26 mandatos. Mas menos mal que elas lutem entre si. Separadas, são menos influentes. Não precisamos de mais gasolina nas relações judaico-árabes em Israel, especialidade de Liberman. Nem mais gasolina nas relações entre ortodoxos por um lado, e religiosos pluralistas (incluindo setor da ortodoxia moderna) e laicos, por outro, especialidade de Ovadia Yossef. Se é prá ir para a direita, que Israel vá com Tzipi e Bibi.

A esquerda clássica, digamos assim, sofreu uma sonora derrota: o Avodá, que há 10 anos recebia 26 mandatos, hoje recebe 13. O Meretz recebe minúsculos 3 mandatos. significa que parlamentares respeitados como Abu Vilan, por exemplo, podem ficar de fora - a menos que haja, segundo comentaristas, algum tipo de acordo com o Avodá de Barak.
Os partidos árabes, somando o Chadash (de coalização árabe-judaica), somam 11 cadeiras, quase 10% do parlamento, ou juntas, tanto quanto o ultra-ortodoxo Shas.

Muito estranho que o partido Kadima, um dia fundado por Arik Sharon, hoje esteja representando as esperanças da esquerda contra Bibi.

A "coalizão dos sonhos" para alguns agora seria Kadima/Likud/Avodá, que juntos teriam estreitos 63 mandatos e a maioria, deixando de fora Shas e Liberman. Vamos ver no que vai dar, e se sobrevivemos até Pessach:-)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Graças a Deus
Deu Tzipi. Bibi Dançou. Shas perdeu força.
mas a direita ainda manda com folga e a esquerda não é sombra do que já foi.
Resta saber se Tzipi Livni conseguirá montar maioria na Knesset.

Resultados da boca de urna das pesquisas para a Knesset em Israel:
As direitas e esquerdas podem estar imprecisas, como o são os próprios termos, tão desgastados. mas serve apenas como referencia de por onde pode ser possível formar coalização. É preciso ter mais de 60 mandatos na coalização par ter maioria nua parlamento de 120 cadeiras.

POR NÚMERO DE MANDATOS: segundo boca de urna dos canais de TV israelenses: 1,2, 10
Fonte:
WWW.haaretz.co.il

1) KADIMA 29-30 (Tzipi Livni - centro-direita)
2) LIKUD 27-28 (Bibi -direita)
3) ISRAEL BEITENU 14-15 (Liberman - extrema direita)
4) AVODÁ 13 (Barak - centro-esquerda)
5) SHAS 9-10 (do rabino Ovadia Yossef - religioso/direita)
6) IAHADUT HATORÁ 5 (religioso - direita)
7) MERETZ 4-5 (esquerda)
8) CHADASH 4 (partido árabe/judaico - extrema esquerda)
9) HABAIT HAIEHUDI 3-4 (direita)
10) RAÁM/TAÁL 2-4 (partido árabe - esquerda)
11) HAICHUD HALEUMI 3 (direita)

12) BALAD 2-3 (partido árabe - esquerda)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

30 Múmias encontradas no Egito, com 2600 anos de idade
Impressionante como temos a impressão de que ainda há tanto o que se descobrir na região. as múmias são relativamente "jovens" se comparadas às de 2 sepulturas faraônicas encontradas há pouco no mesmo local, com 4.300 anos de idade.

para se ter uma idéia, o local de exploração fica a apenas 20 km da cidade do Cairo, e as múmias foram encontradas a 11 metros de profundidade, embora a região seja conhecida e explorada há mais de 150 anos.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

está chegando... vem aí
A História dos Judeus... uma aventura de 4 mil anos.
AGUARDEM.
Escândalo na campanha do Shas

Manchete do jornal Haaretz, nas palavras do rabino Ovadia Yossef: "Quem votar em Liberman dará força a Amalek e a Satã." e continua: "Quem ficar sentado em casa e não fizer nada, a este caberá um grande castigo". Imagina-se de onde vem o castigo.

Nestas horas cabe tão bem o ditado que diz: "Os homens fazem e Deus ri" - ou chora.

A grande "estrela" das eleições em Israel, no próximo dia 10, é Avigdor Liberman, do partido Israel Beiteinu, com um discurso de extrema-direita e antiárabe. Liberman e seu partido podem chegar a ter entre 18 a 20 cadeiras no parlamento e se tornar o 3º maior partido na Knesset. Pode até se tornar ministro.

Os demais partidos, praticamente todos, atacam Liberman, talvez não por suas posturas radicais e racistas. Mas porque ele cresceu demais e lhes tirou os votos. Liberman imporá uma derrota histórica ao partido Avodá, que deve alcançar, talvez, 14 ou 15 cadeiras.

Quem cai também é o Shas, partido de orientação ultra-ortodoxa cujo líder espiritual é o rabino Ovadia Yossef. Atropelado pelo Israel Beiteinu, o Shas passa a ser apenas a 5a força parlamentar, e perde importância para Liberman como "fiel da balança", na dura vida de se conseguir maioria parlamentar por aqui.

Na propaganda do Shas,
votar em Liberman é uma maldição. O rabino acusa o candidato de criar porcos e de promover a assimilação - o abandono do judaísmo. Um participante da propaganda do Shas aparece, aos berros, dizendo que "Liberman cria porcos, apóia casamentos com não-judeus, é a favor da conversão reformista e de dividir Jerusalém." Um grande saco de gatos de tudo o que o Shas é contra, foi colocado na conta de Liberman.


Suas acusações nada têm a ver com o discurso de Liberman, mas com todos os preconceitos imbutidos no próprio Shas, contra todos os que não são Shas - ou seja, a direita laica, a esquerda, o centro, os árabes, os judeus laicos, os judeus religiosos conservadores e reformistas. Para mim, a declaração de Ovadia Yossef é um escândalo. E não duvido que, depois de tudo, comporá a maioria do governo ao lado daquele a quem acusa de criar porcos.

Lashon Hará, as más linguas, parecem tirar férias no Shas, em época de eleições.
Gilad Schalit - decisão sobre a volta para casa pode vir na próxima 3a feira

Nos últimos dias vários sinais têm sido dados de que está se chegando a um acordo quanto ao retorno do soldado Gilad Schalit, refém do Hamas, para Israel. Durante as entrevistas para as eleições, o candidato Ehud Barak deixou escapar que crê no retorno do soldado logo após as eleições, que ocorrerão nos próximos dias. 6a feira o jornal Haaretz dizia ter informações de progressos significativos neste sentido. Hoje um dos líderes do Hamas foi ao Cairo e afirmou que haverá em breve notícias sobre "a proposta de Israel" - que pode incluir centenas de presos palestinos em Israel, inclusive alguns que têm as mãos sujas de sangue.
Deus queira que ele volte para casa vivo, e que o Hamas não ouse devolvê-lo morto. Schalit talvez tenha sido o motivo pelo qual, imagino, Israel não foi até o fim na operação "Chumbo Moldado" (ou em portugês claro, chumbo grosso) e não acabou com o Hamas propriamente dito.

Enquanto isso o Egito retém 9 milhões de dólares e 2 milhões de euros das mãos de um líder palestino, que tentava passar com o dinheiro cash para dentro de Gaza. Hoje se disse que o dinheiro foi entregue ao Hamas pelo Irã, e que é uma pequena parte dos milhões já levados clandestinamente para dentro de Gaza, para armar o Hamas. Além do navio abarrotado de armas iranianas detido no Chipre. Será que o mundo acordou para o perigo do Hamas? o Egito pelo menos parece que sim, e novamente sai na dianteira entre os países árabes. Mubarak segue de algum modo o exemplo de Sadat - espero que não tenha o mesmo destino trágico, pelo bem de toda a região.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

está chegando... vem aí
A História dos Judeus... uma aventura de 4 mil anos.
AGUARDEM.
Isso aí, vamos brigar

No jornal Yediot Acharonot, um artigo diz que os israelenses venderam sua dignidade ao obterem um desconto de US$ 150 nas viagens charter à Turquia. ou seja, a viagem antes custava incríveis US$ 350 ida e volta tudo incluído - inclusive passagem. isso não paga os mesmos 4 dias em um hotel 3 estrelas em Jerusalém. Assim, será que o desconto tira a dignidade dos israelenses, ou eles viajariam de qq modo? ou não foi uma boa jogada de marketing das agências de viagem turcas?

O que é mais digno, ficar se xingando e se atacando mutuamente, ou demonstrarmos que somos um povo economicamente saudável, capaz de viajar e passar dias agradáveis em outras praias? Mas tem gente que gosta de brincar de bandido e mocinho desde pequeno. O problema é que não saíram desta fase.

O turismo é bom para israelenses e turcos. Uma resposta pragmática, construtiva e pacífica, que em vez de colocar mais gasolina nas relações entre os dois países, joga água do mar e brisa fresca, prá esfriar a cabeça de todo mundo.

Aliás, quem viaja nem está pensando nos jogos de palavras do líder turco. está pensando em tirar férias. Tachles. E nada mais digno do que ter a oportunidade de tirar férias e tirá-las.

Ah, se o turismo pudesse ser a solução para as praias de Gaza... Na Cisjordânia, em silêncio, o turismo ecológico, as viagens de jipe pelo deserto ou pequenas pousadas parecem fazer sucesso.

Shabat shalom

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Mais barato do que ir para a Argentina

Apesar de toda crítica do presidente da Turquia contra Israel durante o conflito com o Hamas, mais de 200 turistas israelenses viajaram hoje para lá. Na próxima semana, outros vários voos charter devem seguir o mesmo caminho, lotados.

São viagens de 4 dias, com tudo incluído, da passagem à estadia e alimentação.
por incríveis 200 dólares, ou cerca de R$450,00, ida e volta.

como dizem uns israelenses: walla! e outros? sababa! e eu: caramba!

agora me digam: não é mais barato, gostoso, prático, pragmático, viver em paz? mesmo que lá no fundo você não goste muito do "companheiro"? gera empregos, diminui o stress, estimula o conhecimento mútuo, diminui preconceitos.
O quantose dixa de ganhar em Israel, Palestina, Jordânia e companhia, por não aproveitar melhor o turismo?
Desculpem-me, mas que burrice não é mesmo?
Primavera resolve visitar Jerusalém antes da Primavera

Em pleno inverno, noite, e Jerusalém está a 18 graus. talvez uns 10 graus a mais do que deveria estar. O sol e o clima de primavera não fazem sentido, são agradáveis, mas fazem mal à saúde - pelo menos à saúde do país. Nunca se registrou um nível tão baixo das águas do país, em plena época de chuvas. Preocupante, muito preocupante. Se a população não se conscientizar, pode faltar água. E devem voltar a todo vapor as idéias de investimentos em dessalinização de água, reposição de água do Mar Morto por canais vindos do Mediterrâneo, etc.

Parece que lá prá cima, no norte, faz mais frio. O Hermon é diversão garantida prá quem gosta de brincar na neve. Enquanto no sul é diversão prá quem gosta de calor. e estamos falando de um país cuja distância de norte a sul é parecida com a distância entre são paulo e rio de janeiro.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009




Papai Smurf, parabéns, seu filho entrou na Psico USP!
Desde os anos 70 sempre houve todo tipo de gente disposta a tornar o mundo um pouco melhor, e para tentar realizar este sonho, candidatavam-se a cursar a Psico USP. Éramos homens e mulheres - na minha época muito mais mulheres e os homens começavam a ocupar seu espaço nas salas de aula, enfrentando todo tipo de preconceito, principalmente com relação à orientação sexual.

Tínhamos 18 anos, mas também 25, 30, 40 e tantos. Havia jovens experientes e experientes jovens, mas também jovens jovens e experientes experientes. Éramos dos mais sérios aos mais gozadores, dos mais certinhos aos mais metidos a revolucionários-fora-de-época (estamos falando de anos 90... não de anos 70). Éramos da capital, mas também de Belém do Pará e de Bauru, de Americana e de Jacareí. B.J. dos Perdões foi um dos nossos quintais, além da represa de Guarapiranga. Tínhamos as mais diversas formações culturais e religiosas. Éramos PT e PSDB. Éramos cantores, dançarinos e atores, estudiosos ou nem tanto, behavioristas, psicanalistas, humanistas, existencialistas, educacionais, infantis, centrados na pessoa ou totalmente descentrados, clínicos, hospitalares, aborrescentólogos, pessególogos, misticólogos.

Éramos Higienópolis, Santo Amaro, Mooca e Bras, Jardins, Perdizes, Interlagos, Santana, e outros tantos.

Mas éramos principalmente Vila Madalena e literalmente, éramos o Ó do Borogodó, onde passamos boa parte dos nossos melhores momentos, na rua que fica atrás do cemitério - onde hoje descansa a Aninha, amiga, colega e feliz proprietária do Ó - de querida memória.

E havia o Lobo, e o Tubarão, o Elvis e o Montanha. Para não falar no inacreditável cornólogo... por onde andaria?

Mas agora tudo mudou. Nem Tubarão, nem Lili, nem Montanha, nem Rosa, nem Aninha.
Acaba de entrar na Psico-USP - um legítimo Smurf!!! Thales Ávila (e a Psico mantém a tradição de sempre ter um Thales entre seus alunos...) diz ter complexo de Smurf. Bom, na primeira semana de aula devem explicar a ele - como fizeram conosco - que não se faz psicoterapia na faculdade de Psicologia. Se imaginar isso, será sempre um smurf, e não haverá eletrochoque nem condicionamento que resolva. Nem terapia, qualquer uma que seja.

Parabéns Thales - e demais 69 futuros psicólogos (Freud explica? se não explicar tudo bem, temos Lacan, Jung, Rogers... além é claro, do Lobo, Roger, Montanha, Clarissa, Rosa, Lili, Gus, - e todos os nossos "69 formandos de 96", ou algo assim). Continuem fazendo da Psico USP um espaço de formação de pessoas determinadas a fazer deste mundo um lugar um pouco melhor de se viver.

Como assim? Fale mais sobre isso... (e sem gerúndios, por favor).