quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009




Papai Smurf, parabéns, seu filho entrou na Psico USP!
Desde os anos 70 sempre houve todo tipo de gente disposta a tornar o mundo um pouco melhor, e para tentar realizar este sonho, candidatavam-se a cursar a Psico USP. Éramos homens e mulheres - na minha época muito mais mulheres e os homens começavam a ocupar seu espaço nas salas de aula, enfrentando todo tipo de preconceito, principalmente com relação à orientação sexual.

Tínhamos 18 anos, mas também 25, 30, 40 e tantos. Havia jovens experientes e experientes jovens, mas também jovens jovens e experientes experientes. Éramos dos mais sérios aos mais gozadores, dos mais certinhos aos mais metidos a revolucionários-fora-de-época (estamos falando de anos 90... não de anos 70). Éramos da capital, mas também de Belém do Pará e de Bauru, de Americana e de Jacareí. B.J. dos Perdões foi um dos nossos quintais, além da represa de Guarapiranga. Tínhamos as mais diversas formações culturais e religiosas. Éramos PT e PSDB. Éramos cantores, dançarinos e atores, estudiosos ou nem tanto, behavioristas, psicanalistas, humanistas, existencialistas, educacionais, infantis, centrados na pessoa ou totalmente descentrados, clínicos, hospitalares, aborrescentólogos, pessególogos, misticólogos.

Éramos Higienópolis, Santo Amaro, Mooca e Bras, Jardins, Perdizes, Interlagos, Santana, e outros tantos.

Mas éramos principalmente Vila Madalena e literalmente, éramos o Ó do Borogodó, onde passamos boa parte dos nossos melhores momentos, na rua que fica atrás do cemitério - onde hoje descansa a Aninha, amiga, colega e feliz proprietária do Ó - de querida memória.

E havia o Lobo, e o Tubarão, o Elvis e o Montanha. Para não falar no inacreditável cornólogo... por onde andaria?

Mas agora tudo mudou. Nem Tubarão, nem Lili, nem Montanha, nem Rosa, nem Aninha.
Acaba de entrar na Psico-USP - um legítimo Smurf!!! Thales Ávila (e a Psico mantém a tradição de sempre ter um Thales entre seus alunos...) diz ter complexo de Smurf. Bom, na primeira semana de aula devem explicar a ele - como fizeram conosco - que não se faz psicoterapia na faculdade de Psicologia. Se imaginar isso, será sempre um smurf, e não haverá eletrochoque nem condicionamento que resolva. Nem terapia, qualquer uma que seja.

Parabéns Thales - e demais 69 futuros psicólogos (Freud explica? se não explicar tudo bem, temos Lacan, Jung, Rogers... além é claro, do Lobo, Roger, Montanha, Clarissa, Rosa, Lili, Gus, - e todos os nossos "69 formandos de 96", ou algo assim). Continuem fazendo da Psico USP um espaço de formação de pessoas determinadas a fazer deste mundo um lugar um pouco melhor de se viver.

Como assim? Fale mais sobre isso... (e sem gerúndios, por favor).

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