Culpa e liberdade - Deus, me perdoe por descobrir-te de novo
Uri Lam
Descobri esta semana que existe alguém como Chanoch Daum, através do artigo de Amir Gueler - que tive o prazer de conhecer pessoalmente, é o primeiro professor da escola Waldorf "Adam", de Jerusalém. Daum, 36 anos, filho do rabino Yechezkel Daum, é jornalista e articulista israelense. Atualmente escreve para o Suplemento de Shabat do jornal Yediot Acharonot, desde 2007.
Daum viveu boa parte de sua vida como judeu ortodoxo dati leumí (religioso sionista). Estudou no Mercaz Harav, em Jerusalem, e em outras yeshivot. Um dia decidiu questionar o mundo em que vivia. Tornou-se um "chozer b'sheelá", aquele que volta a questionar - ou como se diz em Israel, um datlásh - dati lesheavár, um ex-ortodoxo.
Mas ele também se sente culpado por deixar o modo de encontro com Deus no qual foi criado - apesar de estar convicto de que este não é o seu modo de encontrar-se com Deus e de viver judaicamente. Daum não critica nem culpa quem vive o estilo de vida ortodoxo. Ele somente pensa que este não é o único caminho.
Abaixo uma pequena parte de um artigo que escreveu em 2005, para o jornal Maariv. Daum desconstroi e reconstroi seu encontro, sua crença com Deus, Maravilha-se e assusta-se com ela. Nada mais judaico. boa leitura!
Não tenho nenhum conceito sobre judaísmo. Tenho apenas a minha descoberta, pessoal, deste novo Deus, que sempre se esconde dos meus olhos, e que é um Deus muito acolhedor e atencioso. Deus que não é obsessivo sobre os detalhes, Deus que busca a ética e a justiça, Deus que deseja compaixão, amor e alegria, Deus que não age de acordo com a contagem de todos os pontos. Este é Deus. Deus que não constrange, Deus aberto, Deus que acredita em mim e que não pede somente para que eu acredite Nele. Este é o soberano que aceita seus filhos e não o rei que julga seus súditos. Não é um Deus religioso, mas um Deus universal. Não é um Deus que separa, mas um Deus que criou a todos, todos todos... Deus, me perdoe. Me perdoe por ter te descoberto de novo. (Chanoch Daum, 2005)
Nenhum comentário:
Postar um comentário