Meu Modê Ani virou Brachá
Hoje é domingo... dia de trabalho e de estudos. Em Israel é mesmo. Dia de terminar de ler os últimos textos para as aulas de amanhã, dia de me encontrar com a coordenadora do curso para discutirmos os detalhes da minha primeira drashá (comentário) da Torá em hebraico diante dos colegas e professores, dia de almoçar com a morá Miriam Markus, em  visita à sua família em Israel - e depois voltar para casa, revisar e reler meu comentário até saber quase de cor e estudar a terceira aliá na Torá para amanhã.
Ao acordar neste domingo mudei inconscientemente o meu Modê Ani e lhe dei o início de uma brachá. Em uma tradução livre, não literal, porém mais significativa para mim, ficou:
Bendito é Você, Deus Eterno e Soberano, que dá vida ao Universo, que por bondade fez minha alma despertar novamente dentro de mim e me permitiu acordar para mais um dia. Sinal de grande confiança da Sua parte, de que eu ainda tenho muito a fazer por aqui.
Foi só no meio do Modê Ani que me dei conta de não ter começado com Modê Ani e sim com Baruch Atá - e resolvi seguir em frente. Afinal de contas, o privilégio de poder acordar novamente para mais um dia é ou não uma benção? Talvez o melhor seria dizer Modê Ani lefanêcha, Baruch Atá... (Eu Lhe agradeço, Bendito seja...) em que fica clara a relação direta entre a minha ação pessoal e a ação Divina. Então fica assim:
Eu lhe agradeço, Bendito Deus que dá vida ao universo, Eterno e Soberano, que por bondade fez minha alma despertar novamente dentro de mim e me permitiu acordar para mais um dia. Sinal de grande confiança da Sua parte, de que eu ainda tenho muito a fazer por aqui.
Se dizemos bênçãos a Deus por discernir entre o dia e a noite, por termos o que vestir, o que comer, onde pisar sem medo, bênçãos que só podem ser realizadas porque estamos vivos - por que não dizer uma benção a Ele por, antes de tudo, nos permitir que continuemos vivos por um bom motivo, porque confia na gente?
E foi assim que o meu Modê Ani virou Brachá.
Shavua tov, uma ótima semana.