Gam Zu Letová
O Talmud está cheio de histórias surpreendentes. Esta semana lemos, no curso de Livui Ruchani (Acompanhamento Espiritual) com a professora Ruchama Weiss, alguns relatos sobre aquele que foi nada menos do que um dos mestres de Rabi Akiva, um dos maiores sábios judeus de todos os tempos. E quem era este homem que tanto ensinou a quem tanto tem prá nos ensinar?
Senta, que lá vem história.
A incrível história de Nahum de Gamzu
Uri Lam (inspirado no Talmud, Taanit 21a)
Conta-se que Nahum, famoso rabino de Gamzu (Guimzo, na Judéia), era cego dos dois olhos, suas mãos e pés haviam sido amputados e o que restava de seu corpo estava coberto de feridas. Nahum vivia em uma casa caindo aos pedaços. Os pés de sua cama apoiavam-se dentro de bacias cheias d'água para evitar que as formigas subissem nele.
O Talmud está cheio de histórias surpreendentes. Esta semana lemos, no curso de Livui Ruchani (Acompanhamento Espiritual) com a professora Ruchama Weiss, alguns relatos sobre aquele que foi nada menos do que um dos mestres de Rabi Akiva, um dos maiores sábios judeus de todos os tempos. E quem era este homem que tanto ensinou a quem tanto tem prá nos ensinar?
Senta, que lá vem história.
A incrível história de Nahum de Gamzu
Uri Lam (inspirado no Talmud, Taanit 21a)
Conta-se que Nahum, famoso rabino de Gamzu (Guimzo, na Judéia), era cego dos dois olhos, suas mãos e pés haviam sido amputados e o que restava de seu corpo estava coberto de feridas. Nahum vivia em uma casa caindo aos pedaços. Os pés de sua cama apoiavam-se dentro de bacias cheias d'água para evitar que as formigas subissem nele.
Certa vez seus alunos decidiram que era chegado o momento de retirar o rabino daquela casa. Primeiro removeriam Nahum em sua cama, depois veriam como retirar o resto dos móveis e pertences. Mas o mestre os orientou de modo diferente: “Meus filhos, retirem primeiro todas as coisas e só então removam a minha cama. Enquanto eu estiver aqui a casa não irá desmoronar.”
E assim foi feito. Primeiro os alunos retiraram todos os objetos da casa e só depois removeram o rabino em sua cama. No instante seguinte a casa desmoronou.
Ainda refazendo-se do esforço e do susto, os alunos se voltaram para o mestre e questionaram: “Rabi, por que tudo isso aconteceu logo com você, um tsadik completo?”
E ele respondeu: “Eu sou o responsável e ninguém mais.”
Perplexos, os jovens se reuniram ao redor da cama do rabino para escutar como foi que tudo aconteceu.
E assim foi feito. Primeiro os alunos retiraram todos os objetos da casa e só depois removeram o rabino em sua cama. No instante seguinte a casa desmoronou.
Ainda refazendo-se do esforço e do susto, os alunos se voltaram para o mestre e questionaram: “Rabi, por que tudo isso aconteceu logo com você, um tsadik completo?”
E ele respondeu: “Eu sou o responsável e ninguém mais.”
Perplexos, os jovens se reuniram ao redor da cama do rabino para escutar como foi que tudo aconteceu.
Certa vez eu estava viajando pela estrada em direção à casa do meu sogro. Eu levava comigo uma carga distribuída em três burros: o primeiro com comida, o segundo com bebida e o terceiro com todo tipo de guloseimas. Foi quando um pobre homem me parou na estrada e me disse: “Rabino, dê-me algo para comer.”
Eu respondi a ele: “Espere um pouquinho, vou descarregar o burro.”
Mas eu mal havia terminado de descarregar algo para lhe dar de comer, quando olhei para o lado e vi o homem caído no chão, morto. Ai de mim, ele havia morrido de fome e eu não fiz nada para impedir!
Sem nem mesmo perceber, coloquei-me ao seu lado e, olhando bem para ele, passei a exclamar: “Que os meus olhos, que não tiveram piedade diante dos teus olhos, fiquem cegos!” Na mesma hora deixei de enxergar.
Desorientado, passei a apalpar ao meu redor e acabei me deparando com a mão do homem morto. Segurei-a com força e exclamei novamente: “Que minhas mãos, que não tiveram piedade das tuas mãos, sejam cortadas!” Na mesma hora deixei de ter minhas mãos.
Levantei-me com dificuldade e, no primeiro passo senti quando meus pés tocaram nas pernas do pobre homem. Mais uma vez me dirigi a ele e gritei: “Que minhas pernas, que não tiveram piedade das tuas pernas, também sejam amputadas!” No instante seguinte lá estava eu, caído no chão, sem ter mais como me mexer.
Mas a cabeça ainda funcionava a todo vapor. Eu não conseguia me concentrar, não conseguia relaxar, e só me tranqüilizei quando gritei pela última vez: “Que o meu corpo inteiro fique coberto de feridas.”
Como eu disse, meus filhos, sou eu o responsável. Fui eu quem trouxe isso para cima de mim.
Os alunos olhavam-se entre si, perplexos. O silêncio era ensurdecedor. Eles não sabiam o que dizer, mas não conseguiam ficar simplesmente quietos. Cada um ao seu tempo, passaram a lamentar: “Ai de nós, rabino, por vermos você neste estado...”
E Nahum de Gamzu respondeu: “Ai de mim se vocês não me vissem nesse estado...”
Eu respondi a ele: “Espere um pouquinho, vou descarregar o burro.”
Mas eu mal havia terminado de descarregar algo para lhe dar de comer, quando olhei para o lado e vi o homem caído no chão, morto. Ai de mim, ele havia morrido de fome e eu não fiz nada para impedir!
Sem nem mesmo perceber, coloquei-me ao seu lado e, olhando bem para ele, passei a exclamar: “Que os meus olhos, que não tiveram piedade diante dos teus olhos, fiquem cegos!” Na mesma hora deixei de enxergar.
Desorientado, passei a apalpar ao meu redor e acabei me deparando com a mão do homem morto. Segurei-a com força e exclamei novamente: “Que minhas mãos, que não tiveram piedade das tuas mãos, sejam cortadas!” Na mesma hora deixei de ter minhas mãos.
Levantei-me com dificuldade e, no primeiro passo senti quando meus pés tocaram nas pernas do pobre homem. Mais uma vez me dirigi a ele e gritei: “Que minhas pernas, que não tiveram piedade das tuas pernas, também sejam amputadas!” No instante seguinte lá estava eu, caído no chão, sem ter mais como me mexer.
Mas a cabeça ainda funcionava a todo vapor. Eu não conseguia me concentrar, não conseguia relaxar, e só me tranqüilizei quando gritei pela última vez: “Que o meu corpo inteiro fique coberto de feridas.”
Como eu disse, meus filhos, sou eu o responsável. Fui eu quem trouxe isso para cima de mim.
Os alunos olhavam-se entre si, perplexos. O silêncio era ensurdecedor. Eles não sabiam o que dizer, mas não conseguiam ficar simplesmente quietos. Cada um ao seu tempo, passaram a lamentar: “Ai de nós, rabino, por vermos você neste estado...”
E Nahum de Gamzu respondeu: “Ai de mim se vocês não me vissem nesse estado...”
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