terça-feira, 19 de maio de 2009

Conversões Reformistas e Conservadoras em Israel
um passo, mas ainda há todo um caminho pela frente

Uma breve análise inicial
A decisão histórica do Supremo Tribunal de Israel legisla em favor de alocar recursos - dinheiro, em português claro - para que institutos judaicos reformistas e conservadores possam realizar seus cursos com vistas à conversão ao judaísmo, colocando-os em pé de igualdade com institutos ortodoxos particulares. Diante do establishment ortodoxo, que até agora monopolizava todo o processo de conversão em Israel, é um passo gigantesco.

Tudo começou em 1997 com a chamada Comissão Neeman, que estava engavetada desde então, sob pressão dos grupos ortodoxos, e sob o pretexto de que havia outros temas mais urgentes na agenda israelense, como o conflito israelense-palestino.

Mas as centenas de milhares de olim chadashim reconhecidos como judeus para fins de aliá, por terem um dos pais judeu ou pelo menos um dos avós, maternos ou paternos, judeu, mas não reconhecidos pela chamada Rabanut - o rabinato ortodoxo - vem sendo uma pressão crescente para que não haja em Israel judeus de "primeira e segunda classe", por assim dizer, ou melhor, judeus "autênticos" e judeus "não-autênticos". Fala-se em mais de 300 mil pessoas nesta situação.

O atual status quo também inibe a aliá de outros milhares de judeus convertidos ao judaísmo pelas linhas liberais.

Mas todo cuidado é pouco. É tão difícil resolver a questão do status de quem é judeu em Israel quanto resolver a questão da criação de um Estado Palestino e a normalização das relações diplomáticas entre o Estado de Israel e o mundo árabe. Esta história dará muito pano prá manga ainda. O Bet Din, o tribunal rabínico que decide em última instância a condição judaica dos candidatos à conversão, ainda é somente o ortodoxo.

Mas dá esperança a todos aqueles que se identificam com o judaísmo conservador e reformista de que chegará o dia em que o Estado de Israel reconhecerá batei din de todos os movimentos judaicos, ortodoxos e não-ortodoxos.

Assim, o sonho do rabino Norman Lamm de rezar um Kadish pelos movimentos liberais fica mais distante. Afinal, querendo ele ou não, HÁ MAIS DE UM MODO DE SER JUDEU. Graças a Deus.

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