terça-feira, 6 de abril de 2010

A Contagem do Omer - 2a Semana
Comissão Temática do Movimento para o Judaísmo Progressista
MaRaM (Conselho dos Rabinos Progressistas) de Israel.
Coordenação: Rabino Iehoiadá Amir e Naama Dafni-Kelen
tradução: Uri Lam
E contarão para vocês do dia seguinte ao dia festivo... sete semanas completas serão. Até o dia seguinte da sétima semana contarão 50 dias. (Lev. 23:15-16)

2a Semana - Din (Guevurá)
A Sefirá "Din" (Julgamento) coloca-se no paralelo oposto à de Chessed (Bondade). Espera-se que o Julgamento expresse a Soberania do Criador em Seu Mundo, mas este também abre uma porta para a "sentença pesada" - o mal, a destruição e a contaminação. A Sefirá Din também é chamada de Sefirá Guevurá (que pode ter diversas interpretações: Heroísmo, Poder, Força Masculina [de guéver, homem], etc - nota do trad.)
Nesta semana, quando no 13o dia do Omer lembramos Iom Hashoá VehaGuevurá, o Dia do Holocausto e do Heroísmo, refletimos sobre a coragem do apego à vida; a coragem daqueles que gritaram contra a perda da crença na vida, no ser humano e em Deus; a coragem daquelas que persistiram em retornar e construir, em voltar e reviver os ossos secos.
O Grito do Silêncio
Um conhecido Midrash do Talmud (Menachot 29b) conta sobre Moshé, que na hora de receber a Torá, foi levado até o Beit Midrash (centro de estudos) de Rabi Akiva. Moshé ficou impressionado com a sabedoria  brilhante de Rabi Akiva.
[Moshé] Disse diante Dele: "Soberano do Universo, mostre-me a Torá dele e me mostre a sua recompensa".
Disse-lhe [Deus]: "Vire-se para trás".
[Moshé] Voltou-se para trás e viu que batiam no seu corpo a pauladas.
[Moshé] Disse diante Dele: "Soberano do Universo, esta é a Torá ou esta é a recompensa?"
Disse-lhe [Deus]: "Silêncio! Foi assim que considerei que deveria ser."
Sobre a forte pergunta/chamada de Moshé, em outras palavras, "Será que não há sentença ou será que não há juiz?", aquele que escreveu o midrash não teria para colocar na boca de Deus outra resposta que não "Foi assim que considerei que deveria ser". Foi escolha do midrashista descrever deste modo as palavras de Moshé, e Deus ele faz o pleno oposto da ordem que coloca na boca de Deus. Não há silêncio, pois permanece a questão da crença em sua situação mais pesada.
O que fez Moshé? Será que ficou quieto ou será que continuou a levar seus questionamentos aos Céus? Qual foi para ele o sentido de receber a Torá depois desta conversa tão desorientadora? Não sabemos. Talvez tenha sido o objetivo do autor do midrash que o grito de Moshé e a resposta-não-reposta de Deus repercutissem em nossos ouvidos. Ele não quer mais do que isso, e talvez nem possa mais do que isso.
Uma testemunha diferente
Dan Feguis
Tu és o primeiro e Tu permanecerás o último,
Porque virá de Ti a sentença de julgamento em julgamento,
de sangue a sangue.
Escute o meu coração pesado no julgamento, olhe nos meus olhos.
Os que compartilham da Sua atividade, [os anjos] Michael e Gabriel
Levantam-se e reconhecem
Quando Tu disseste: Façamos o Homem,
Eles disseram Amen.

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