sábado, 27 de março de 2010

A Balada de Ioel Moshe Salomon
A famosa canção, com letra de Ioram Taharlev e música de Shalom Chanoch, marca para alguns o início da época das baladas e do rock israeli. Arik Einstein a cantou em ritmo que puxa mais para o country - realmente me parece difícil chamar isso de rock, no máximo uma clara influência da música americana do final  dos anos 1960.
Petach Tikva
A canção conta uma lenda relacionada com a cidade de Petach Tikva, fundada por colonos judeus ortodoxos vindos da Cidade Velha de Jerusalem. David Gutman, Iehoshua Stampfer e o rabino Ioel Moshe Salomon - a quem se juntou Zerach Barnet - compraram terras pantanosas dos habitantes árabes da aldeia de Uhm-Labes, ali se instalaram, e no dia 8 de julho de 1878 fundaram a cidade de Petach Tikva. o nome é inspirado em uma passagem do livro do profeta Hoshéa (Oséias): "E dali lhe devolverei seus vinhedos e lhe abrirei uma Passagem de Esperança [Petach Tikva]"(Oséias 2:17).
Junto com a aldeia de Rosh Piná (fundada algumas semanas antes), Petach Tikva foi a primeira colônia dos tempos modernos na Terra de Israel.
A canção se baseia em um relato segundo o qual Gutman, Stampfer, Barnet e o rabino Ioel Moshe Salomon foram se aconselhar com o Dr. Mazariki, que vivia em Iafo, antes comprar as terras dos aldeões árabes. o médico os acompanhou para ver o terreno pantanoso, observou, pensou, e teria dito: “Estive parado todo o tempo aqui observando o céu, para ver se havia pássaros voando, mas não vi nenhum. Por outro lado, esta terra tem grãos espalhados, minhocas, insetos e répteis de todo tipo, e todos eles servem de alimento para os pássaros, por isso não há explicação do por que eles não existem por aqui.. Talvez as aves sigam seu instinto natural e não se aproximam daqui para se preservarem. Melhor sair daqui, meu amigos, este não me parece ser um bom lugar, ele devora seus habitantes".
Apesar das advertências, o terreno foi comprado. De fato muita gente morreu de malária, mas o rabino Salomon foi daqueles que decidiu ficar, e hoje Petach Tîkva é uma importante cidade da região central do Estado de Israel.
Mas vamos à canção - que faz parte dos meus estudos rabínicos sobre música israelense e judaísmo. Shavua tov, e Chag Pessach Sameach
A Balada de Ioel Moshe Salomon

הבלדה על יואל משה סלומון (1969)
מילים: יורם טהר לב
לחן: שלום חנוך
בבוקר לח בשנת תרל"ח, עת בציר הענבים,
יצאו מיפו על סוסים, חמשת הרוכבים.
שטמפפר בא וגוטמן בא, וזרח ברנט,
ויואל משה סלומון, עם חרב באבנט
איתם רכב מזרקי , הדוקטור הכסוף,
לאורך הירקון הרוח שר בקני הסוף
ליד אומלבס הם חנו, בלב ביצות וסבך,
ועל גבעה קטנה טיפסו, לראות את הסביבה.
אמר להם מזרקי , אחרי שעה קצרה:
"איני שומע ציפורים, וזה סימן נורא.
אם ציפורים אינן שרות, המוות פה מולך,
כדאי לצאת מפה מהר, הנה אני הולך".
קפץ הדוקטור על סוסו, כי חס על בריאותו,
והרעים שלושתם יצאו, לשוב לעיר איתו.
אמר אז יואל סלומון, ושתי עיניו הוזות:
"אני נשאר הלילה פה, על הגבעה הזאת".
והוא נשאר על הגבעה, ובין חצות לאור,
פתאום צמחו לסלומון, כנפיים של ציפור.
לאן הוא עף, לאן פרח - אין איש אשר ידע,
אולי היה זה רק חלום, אולי רק אגדה.
אך כשהבוקר שוב עלה, מעבר להרים,
העמק הארור נמלא, ציוץ של ציפורים.
ויש אומרים כי עד היום, לאורך הירקון,
הציפורים שרות על יואל משה סלומון.




A Balada de Ioel Moshe Salomon
Letra: Ioram Tahar-Lev
Música: Shalom Chanoch
Tradução/Versão: Uri Lam
Em uma manhã nublada de 5638 (1878),
na época da colheita das uvas
partiram de Iafo em seus cavalos, os cinco cavaleiros.
Stampfer foi, Gutman foi, e Zerach Barnet
E com espada na cintura, Yoel Moshe Salomon.
Com eles viajava Mazaraki, o fantástico doutor,
Ao longo do Yarcon o vento zunia entre o canavial
Perto de Uhm’Labes pararam no meio do pantanal
E subiram numa colina, para olhar ao redor.
Não passou muito tempo e Mazaraki lhes disse:
“Não ouço pássaros, péssimo sinal.
Se não há aves cantando, por aqui reina a morte e o mal
eu vou me mandar − melhor sair rápido daqui”.
O doutor saltou sobre seu cavalo, temendo pela saúde,
E os outros três medrosos voltaram com ele prá cidade.
Então disse Ioel Solomon, seus dois olhos a brilhar:
"Esta noite sobre esta colina eu vou ficar”.
E ele ficou na colina − e à noite, antes do sol raiar
De repente, como ave, em Salomon havia asas prá voar.
Prá onde voou, onde foi parar – ninguém saberá,
Talvez foi somente um sonho ou uma lenda – quem dirá?
Mas quando o dia nasceu de novo entre os montes,
o amaldiçoado vale estava cheio de aves a cantar.
E há quem diga que até hoje, ao longo do Yarkon,
As aves cantam a história de Ioel Moshe Salomon.

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