Israel hoje é uma só Família Schalit
Não se fala de outra coisa em rodas de amigos, nas ruas, na TV. Será desta vez? O país parece estar com a respiração em suspenso. O jornal Haaretz divulgou que os parentes do soldado sequestrado pelo Hamas há 3 anos, Guilad Schalit, encontraram-se com alguns ministros que supostamente sabem o que está acontecendo nos bastidores do acordo com o Hamas, de troca de centenas de presos palestinos em Israel pelo jovem Guilad. A reação da família é a mesma de toda Israel: alguns estão otimistas, outros nem tanto - não é a primeira vez que o Hamas vai, e volta atrás, e depois culpa Israel pelo fracasso do acordo.
Fala-se na libertação de centenas de presos, entre ele nada menos do que 450 assassinos, que em operações terroristas mataram uma pessoa, duas, até mesmo um que matou 65 israelenses. Libertar esta gangue é complicado: precisa-se estar muito convicto de que o país será capaz de evitar novos atentados e evitar novos sequestros.
O Hamas nos últimos dias divulgou que "fez um acordo geral" com todas as facções alocadas em Gaza para que não lancem foguetes Kassam sobre Israel. A notícia, vindo de que quem veio, causou surpresa e esperança de estarmos próximos a um acordo.
Por outro lado há quem opine que a libertação de meio milhar de assassinos significa uma tragédia para Israel, e que é preferível "colocar o Hamas de joelhos e forçar a libertação de Guilad Schalit" (palavras de um parlamentar de algum partido religioso da Knesset, agora na TV) a fazer qualquer acordo com terroristas. Esquecem-se que isto também foi tentado, em janeiro passado. Israel atacou Gaza não com todas as forças, mas com boa parte delas, como todos sabemos. Os líderes do Hamas enfiaram suas cabeças debaixo do chão (literalmente, em bunkers, túneis, alguns foram "passear" no Egito, e por aí vai), deixaram o povo e as milícias terroristas rasas se estourarem, e voltaram depois cantando vitória - e Guilad continuou sequestrado.
Israel vem tomando outras medidas na direção da paz, entre elas retirar seus soldados de um vilarejo árabe na fronteira com o Líbano e entregá-la às forças de paz da ONU. A pedido da população, porém, os moradores do vilarejo manteriam carteiras de identificação israelenses e Israel manteria a ordem civil, digamos - energia elétrica, água, suprimentos, alimentos, etc. - enquanto a ONU garantiria a segurança. A situação é tão curiosa que o ministro Liberman esteve pessoal e amistosamente conversando com os moradores e acatou o pedido dos mesmos de permanecerem ligados a Israel. Portanto, sabem que não é tão ruim assim... ao contrário. E que talvez estariam em maus bocados sob um governo dominado em boa parte pelo Hizbolá, temendo talvez serem vistos como "traidores", "colaboracionistas da entidade sionista" e outros chavões. Simplesmente querem continuar vivendo em paz, trabalhar, enviar os filhos para a escola, passear - viver. E isto, sabem que têm em Israel. Curioso não é?
Bom, é prender a respiração, rezar pelo retorno de Guilad Schalit para casa, comemorar muito quando isso acontecer, se Deus quiser, na próxima semana - e depois segurar o rojão de 5 centenas de terroristas na rua novamente. Nada que Israel não esteja acostumado desde a criação do Estado em 1948.
Enquanto isso, para quem imagina este país como um apartheid, como é bom passear pela Tayelet, um parque lindo e arborizado no bairro de Talpiot, com uma das vistas mais famosas de Jerusalém - a cidade velha, com suas muralhas e o brilho dourado da cúpula da mesquita de Al-Aksa - entre turistas, cidadãos israelenses muçulmanos, judeus e cristãos. Gente correndo, velhos passeando, crianças brincando, casais de mãos dadas, em um lindo sábado de sol de outono. Não poderia ser sempre assim?
Guilad, já prá casa, estamos todos, a grande família Schalit, não vendo a hora de te dar um abraço.
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