segunda-feira, 1 de junho de 2009


Rabino Juan Mejia, na entrada do Instituto Schechter,

seminário rabínico conservador em Jerusalém

Rabino colombiano recentemente ordenado jura ajudar Conversos/Anussim

Ben Harris, 28 de maio de 2009

fonte: JTA (Jewish Telegraph Agency)

Tradução: Uri Lam

NOVA YORK (JTA) De todos os rabinos ordenados na semana passada no JTS, Jewish Theological Seminary (pertencente ao Movimento Judaico Conservador/Massorti), poucos tiveram uma jornada ao rabinato tão improváveis quanto Juan Mejia. Criado como católico na Colômbia e educado em escolas cristãs, Mejia estava a caminho de se tornar pastor quando descobriu, ainda adolescente, que a sua família tinha raízes judaicas. Seu avô costumava chamar homens em esquinas escuras para colocar lenços sobre suas cabeças e rezar de um livro estranho.

Após um caminho tortuoso, que envolveu sua rejeição pela minúscula comunidade judaica em Bogotá e vários anos de estudo em Jerusalém, Mejia converteu-se ao judaísmo e passou a estudar para se tornar rabino. Agora Mejia dedica seu rabinato a ajudar descendentes judeus como ele que desejam se reconectar com suas raízes.

A reivindicação dos descendentes dos Conversos, aqueles judeus forçados publicamente a abrir mão de sua religião sob ameaça de execução pela Inquisição, mas que continuaram praticando o judaísmo em segredo, tem recebido mais atenção nos últimos anos. Artigos que descrevem histórias de imigrantes latinos que descobrem que estranhos rituais familiares têm origem judaica têm surgido tanto na mídia judaica quanto na mídia comum.

Rigoberto Emanuel Viñas, rabino nascido em Cuba que dá aulas para Anussim – termo pelo qual os Conversos são conhecidos em hebraico - no bairro do Bronx, em Nova York, escreveu sobre o tema para o jornal The New York Times. Mejia promete elevar a abordagem de alcance da qual Viñas foi pioneiro para um novo nível. Com muitos Conversos evitados quando buscam auxílio das comunidades judaicas na América Latina - essas comunidades são atacadas por uma “mentalidade colonial”, segundo Mejia, e menosprezam as reivindicações de ancestralidade judaica dos habitantes locais - Mejia espera localizá-los via Internet. “Eu combato o modo inquisitorial de pensar”, afirma.

Mejia já tem um site que oferece instrução online sobre temas judaicos. E agora com sua formação rabínica, espera se mudar com sua esposa - também ordenada rabina na semana passada pelo JTS - para o Sudoeste dos Estados Unidos, onde vivem muitos Conversos.

Mejia acredita que somente nos Estados Unidos, onde há uma comunidade judaica grande, segura e acolhedora, os Anussim podem ser educados e levados de volta às suas raízes. “A revolução dos Anussim começa aqui”, afirma o rabino.

Nenhum comentário:

Postar um comentário