O rabino chefe Yona Metzger afirmou que apoia o rabino Avraham Sherman em sua decisão de anular milhares, milhares!, de conversões realizadas pelo rabino Chaim Druckman em Israel. A declaração ocorreu durante uma conferência realizada na última 3a feira em Jerusalém com o intuito de "fortalecer os muros em redor da conversão".
Ao elogiar o rabino Sherman, Metzger afirmou: "A sua ação contra conversões não genuínas é a coisa certa, no momento certo e na geração certa."
Na outra ponta da cord a, grupos seculares defendem o rompimento com qualquer grupo ortodoxo no que tange a conversões e que se passe a realizar conversões e cerimônias judaicas laicas em Israel e na diáspora. Centenas, talvez milhares delas já ocorrem todos os anos por aqui. Além do pessoal que vai para Chipre casar-se no civil (e assim são reconhecidos como casados em Israel) e depois fazem seus casamentos religiosos com rabinos conservadores, reformistas ou mesmo com algum amigo da família, deixando o rabinato a ver navios.
Interessante checar um dado que recebi nos últimos dias, porém desconheço a fonte exata: embora a população judaica tenha crescido 15% nos últimos 10 anos em Israel, o número de casamentos pelo rabinato não só deixou de crescer, mas diminuiu em números absolutos.
Segundo Yair Rotkovich, educador secular em Israel, "precisamos cumprir a obrigação e o direito de estabelecer casa seculares de conversão ao judaísmo. devem ser não-institucionais, lideradas por homens e mulheres; e incluir convertidos à nação judaica de acordo com critérios judaicos seculares. os convertidos devem se comprometer e cooperar com o destino da nação e do Estado Judeu, a dar a sua parcela de contribuição social e servir no exército e no serviço civil. Devem se comprometer a passar as tradições da nação e do Estado Judeu. Devem ser parte e parcela do destino do povo judeu ao redor do mundo."
Enquanto isso, no meio do caminho, nesta quinta feira deve haver alguma decisão judicial sobre a aprovação ou não de recursos para atividades realizadas por rabinos conservadores e reformistas em Israel. No centro da discussão a rabina Miri Gold, que defende o direito de ser reconhecida formalmente como a rabina responsável pela região de Gezer, que inclui o Kibutz Gezer, da qual é membro efetivo, e rabina da sinagoga Bircat Shalom, nas dependências do kibutz. Miri é uma referência religiosa judaica para a região, que inclui moshavim e outros bairros, e não recebe qualquer apoio estatal simplesmente porque é reformista.
Os senhores rabinos sabem melhor do que eu que não se cancela um processo de conversão, muito menos milhares deles, simplesmente porque não concordam ideologicamente com o colega, de orientação religiosa sionista. Sabem também do constrangimento que fazem passar pessoas laicas que se vestem como ortodoxos no momento do bet din para serem aprovados, e depois retornam "à programação normal".
Há mais de um modo de ser judeu e de se tornar judeu. Milhares de conversões vêm sendo realizadas dentro e fora de Israel, totalmente independentes das amarras do rabinato central, cada vez mais radical e cada vez mais desconectado da realidade do país e do povo judeu como um todo.
Como diria Boris Casoy, é uma vergonha. Há uma esquizofrenia coletiva no ar, em que decisões desconectadas da realidade e da história judaica acontecem de modo escandaloso, e é como se não estivessem acontecendo. Moshé Rabeinu, Hilel e Maimônides e outros devem estar se revirando nos céus. Definitivamente, colocar muros ao redor dos processos de conversão não é "Torá leMoshé miSinai".
Que possamos, como povo judeu, viver em paz, e deixemos os moços brincarem de poder. Judaísmo é outra coisa. o rabino quer construir muros ao redor da conversão? irá descobrir que construirá um muro ao redor de si mesmo, e ficará ali entrincheirado.
Sou judeu, independente deles. E vivo fora dos muros deste gueto.
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