sexta-feira, 10 de abril de 2009

Apresentação da WUPJ Latin America/Connections março de 2009, Israel
e Adon Olam em ritmo de Asa Branca - breve relato da história de suas origens




Já deixa saudades e este vídeo nos lembra que há muito por fazer, daquilo que nos propusemos a fazer.

Para quem não conhece, trata-se da World Union for Progressive Judaism, União Mundial pelo Judaísmo Progressista, uma das maiores organizações judaicas do mundo, representando mais de 1,9 milhões de judeus reformistas, progressistas, liberais e reconstrucionistas ao redor do mundo.

Este vídeo foi apresentado entre as demais apresentações de delegações dos países ao redor do mundo que estiveram presentes. Foi a última apresentação e, de longe, a mais bem montada e mais bonita.

Uma historinha para lembrarmos algumas coisas em perspectiva. No fundo da apresentação há Adon Olam em uma diversidade de melodias - inclusive em ritmo de Asa Branca. Esta versão foi criada em 1996 por mim e por um então amigo de outros tempos. A primeira vez que a cantei, ainda como chazan em Campinas, metade da comunidade adorou, metade detestou. O então diretor de culto disse que não soava judaico. De lá para cá, fui cantando onde havia oportunidade e com diversas intenções: divulgar a tradição judaica, mesclá-la com a cultura brasileira, estimular a diversidade, e apoiar os bnei anussim. Cantei não apenas em Campinas, mas em Fortaleza há alguns anos, em São Paulo na CIP, no Shabat Neshamá (serviço religioso igualitário que sim, ocorre na CIP todas as semanas, graças a um corajoso e fantástico grupo de voluntários que se revezam na leitura da Torá e na preparação de drashot, comentários da Torá). também cantei com o amigo e chazan Claudio Goldman, há alguns anos, em um congresso do DepeC, Departamento de Pequenas Comunidades da FISESP; e também junto a amigos anussim, durante minhas visitas e trabalho voluntário nos anos de 2005/2006 ao Nordeste. Portanto, "Adon-Olam-em-ritmo-de-Asa-Branca", como ficou conhecido, já tem viajado em algum tempo por tantas boleias de caminhão... até que um menino da porteira abriu caminho para que chegasse a Jerusalém - "Pitchu li Shaarei Tsedek"... esta deixo no ar. Para bom entendedor basta.

Por fim, graças creio eu à divulgação no Neshamá, o amigo David Leo, que coordena as atividades do Neshamá há tanto tempo, levou a versão para o workshop de chazanut do congresso da WUPJ Latin-America no Rio de Janeiro em julho de 2008, onde estavam representantes da comunidade judaica do Ceará. O sucesso foi enorme, e estes últimos a gravaram em um CD e em vídeo no You Tube, o que finalmente chegou a Israel no último congresso da WUPJ mundial, fechando a volta de uma espiral que acredito ainda ser maior.


Bom, aí está a história. Mas há outras versões - tem gente dizendo por aí que se trata de antiga versão criada por marranos ou cristãos-novos, ou que o próprio Gonzagão - de abençoadas memória, criatividade e voz - teria Adon Olam em mente quando criou Asa Branca, dadas suas origens supostamente anussim/criptojudaicas. Enfim, ficarei feliz se Adon Olam entrar para o imaginário brasileiro!

Digo que não a gravei antes pois diziam que haveria problemas com direitos autorais. Fico feliz pelos amigos do Ceará não terem sido tão ingênuos quanto eu, e ficarei mais feliz se souberem da história ou se recordarem de onde tudo começou. Ainda há outras surpresas por aí, mas estas eu farei diferente. Afinal, como diz Chava Alberstajn em sua versão de Chad Gadiá: "O que mudou nesta noite, o que mudou neste ano? Neste ano quem mudou fui eu."

Parabéns à comunidade judaica do Ceará, pela dedicação em manter o judaísmo liberal no Nordeste e por abrir as portas para o apoio da WUPJ Latin America.
E col hacavod especial a toda a equipe da WUPJ-Amlat, Miriam, Berta, equipe de comunicação, rabinos, estudantes de rabinato, jovens de movimentos juvenis, e voluntários de todas as idades, pela força e coragem em nos representar tão bem com os recursos que tem em mãos.

Shabat shalom e Chag Sameach

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