terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Önibus Mehadrin 
"Aqui está uma descrição de um evento desagradável que me aconteceu há pouco tempo. Hoje, no final do horário de aula (em Tsur Hadassa), às seis e meia da noite mais ou menos, subi no “ônibus Mehadrin” (“Ônibus Mefagrin”) para Beitar Ilit, que fica nos territórios ocupados. Quando entrei no ônibus me dei conta de que não havia lugar para os homens se sentarem, então comecei a me preparar para ficar um bom tempo em pé. Enquanto me preparava, um dos “tsadikim” (homens “justos”) pede de algumas mulheres para que saiam de seus lugares a fim de que eu possa me sentar. Na hora recusei sua oferta. Por que as mulheres ficarão em pé e eu não? Alguns minutos depois, descobri que por milagre vagou um lugar no qual há apenas alguns minutos estava sentada uma mulher. Depois de olhar cuidadosamente para o ônibus percebi que aquelas que estavam sentadas ali passaram de algum modo mágico qualquer para outros lugares lotados de mulheres na parte de trás do ônibus. Enquanto minha consciência pesava, sentei-me no local vago. Quase comecei a chorar. Percebi imediatamente que naquela hora a mulher havia sido oprimida, que aparentemente fora reprimida desde o seu nascimento e seria reprimida até o fim de seus dias. Para descarregar a minha raiva e frustração, passei a escrever nas janelas embaçadas de vapor. Sobre as janelas escrevi pelo menos cinco vezes: “Dai ladicui hacharedi!”, “Basta da repressão charedi [ultra-ortodoxa]!”
A.H., 13 anos, jovem judeu israelense, descrevendo sua viagem de ônibus a partir de Beitar Ilit, ao lado de sua cidade, Tsur Hadassa, logo após uma aula sobre “os desafios dos direitos humanos e dos princípios de igualdade” na escola, ontem, segunda-feira 13/12/2010.

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