Entardecer magnífico em Jerusalém - como em Hotinnatevka
Antes de acender as velas de Shabat, olho para fora e tomo um susto: flagro o instante exato em que o gato preto entra pela grade da minha varanda. Eu olho para ele, ele olha prá mim... e dá um salto-vôo em direção a algum lugar, a lugar nenhum, simplesmente some. Não tenho qualquer idéia de por onde passou e foi embora.
Olho para cima e vejo um céu tingido de vermelho, com faixas azuis e brancas nas pontas, espetacular. Talit celeste, pintado artesanalmente com mão forte e braço estendido. Já que a hupá celeste está posta, resta acender as velas e iniciar o shabat. Porque já é Shabat e o sol já se recolheu. Ouço "Lev Tahor" (coração puro), do meu amigo Or Zohar. Terminou. Agora é Tevye a falar de Anatevka e de tradição.
Meu irmão lembrou bem, depois que minha prima mandou forte e bem no relato do que viu na Romênia: 2010 é o ano do centenário de outro Tevye, não de Anatevka, mas de Hotin. Vovô Aizik completaria 100 anos. Nasceu em Hotinnatevka, não muito longe de Ostrolenkatevka, de onde viria a vovó Libe, que do nascimento até hoje conta 102, 103 anos talvez - a lembrança de ambos, juntos, é sempre uma lembrança boa. Vovô Aizik não foi leiteiro, mas certamente foi equilibrista, como todos os judeus de sua época.
Mas vá descansar, meu caro Sholem Aleichem, esta é uma outra história e não espero que me ouça agora. Quero que fique bem e cuide desta gripe, agasalhe-se, tome um yôech com bastante gordura de galinha - e mais tarde, à noite, beba leite quente, dizem que faz bem. Quem recomendou foi Tevye - o leiteiro.
Shabat shalom.
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