Nahum de Gamzu e a importância dos detalhes
Esta pesquisa está rendendo... mas é bem legal.
Aqui vai outra história do Talmud que lembra Rabi Nahum de Gamzu como mestre de seu aluno mais famoso (inclusive mais do que ele mesmo), Rabi Akiva.
A tradição talmúdica retrata Akiva como super detalhista. Ele levava em conta não só o conteúdo das palavras e ensinamentos, mas a forma de cada letra nos mínimos detalhes. Rabi Ishmael é seu contraponto, por assim dizer: buscava compreender o todo sem se ater aos detalhes. E vejam: um sabe que tem o que aprender com outro e, apesar de suas diferenças, caminham juntos. Mas vamos à história:
Conta-se que, enquanto caminhavam juntos, Rabi Ishmael perguntou a Rabi Akiva:
"Akiva, meu caro, você que desfrutou por 22 anos dos ensinamentos de Nahum, o Homem de Gam Zu, explique-me uma coisa: Nahum interpretava todo את (et) que há na Torá. Segundo ele, cada palavrinha destas, que aparentemente não acrescenta nada, na verdade sempre vem somar alguma coisa. Eu gostaria de saber: em et hashamaim veet haárets ("o céu e a terra”, Bereshit/Gênesis 1:1) como ele interpreta os et?"
Rabi Akiva respondeu: "Ishmael, é o seguinte: se estivesse escrito na Torá - Bereshit bará Elohim haShamaim veHaárets (No início criou Deus, o Céu; e [Deus], a Terra)’ eu poderia pensar: 'Hashamaim (Céu) é o nome do Sagrado, Bendito Seja', assim como Haárets (Terra) também. Mas como está escrito Bereshit bará Elohim et hashamaim veet haárets, entende-se que estas são criações, ou seja, o céu é o céu mesmo e a terra é a terra mesmo. Por isso há aqui a necessidade das palavras et: para diferenciar o Criador de Suas criações.
(versão: Uri Lam, baseado no Talmud, Chaguigá 12a)
Nenhum comentário:
Postar um comentário