quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Discurso do Presidente de Israel, Shimon Peres, para o Parlamento brasileiro (parte 3)
Prezados Parlamentares,
Em nome de Israel eu vim agradecer aos brasileiros por abrirem suas portas aos sobreviventes do Holocausto. Eu vim para agradecer ao seu país por seu apoio no estabelecimento do Estado de Israel. Nos últimos cem anos, meu povo vivenciou dois eventos sem precedentes: o Holocausto – que matou um terço de nossa gente. E o Estado Judeu, que concedeu um justo futuro para o nosso povo. O Holocausto soltou nossas lágrimas. A esperança nos custou um preço íngreme em sangue.
Eu estava junto a David ben Gurion, o fundador de nosso país, quando a decisão da ONU para estabelecer o Estado de Israel foi publicada. Ben Gurion estava triste. Ele me disse: “Hoje nós dançamos, amanhã será derramado sangue.” A decisão da ONU foi um passo histórico. Foi comandada por Oswaldo Aranha, o famoso diplomata brasileiro. O nome dele estará gravado em nosso país como uma personalidade ilustre, como um bom amigo. Israel aceitou a decisão da ONU. Os árabes a rejeitaram e lançaram um ataque militar ao país recém-criado.
Nós éramos então 650 mil pessoas. Os árabes eram 40 milhões de pessoas. No início nós tínhamos um corpo militar. E nos faltavam armas de fogo. Os árabes tinham exércitos estabelecidos e armas de fogo. De lá para cá, fomos compelidos a travar mais sete guerras. Nós sabíamos que se perdêssemos uma única guerra, seríamos aniquilados. Nós não atacamos. Nós não buscamos territórios. Nós não desejamos governar sobre outros povos. A conquista, a supressão, a guerra - violam os valores fundamentais do povo judeu.
Dos ataques, nos defendemos. Ao nos defendermos, vencemos. Das nossas vitórias vieram novas fronteiras. Mas até mesmo em guerra, antes delas e depois delas, jamais deixamos de buscar a paz. Nós desejamos que a paz fluísse de nossa recusa básica em controlar outra nação. Aos nossos olhos, a conquista da paz é mais importante do que a conquista da terra. Porque nós sabemos que não podemos construir um mundo melhor pelo derramamento de sangue.

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