terça-feira, 7 de julho de 2009

Rabino incita soldados a desrespeitarem a hierarquia militar em Israel, para não escutarem o canto de uma mulher
O rabino Mordechai Eliahu pediu que os soldados datiim fossem para a cadeia caso os obrigassem a escutar o canto de mulheres em eventos militares. É preferível ir para a prisão a escutar o comandante, segundo o rabino. "Está na Guemará: Deus criou o dedinho e criou um espaço no ouvido, por que? Para que se o indivíduo ouvir coisas nulas, que possa colocar o dedo no ouvido e não escutá-las. Façam isso caso temam seu comandante, mas é melhor ir para a cadeia e não escutar nem o seu comandante nem a voz de uma mulher cantando."

Em ataque inédito aos rabinos ortodoxos moderados da tsionut hadatit (sionistas religiosos), disse o rabino Eliahu: "Rabinos! Dêem meia volta. Digam - "Erramos, não, nada de danças em conjunto, nada de casamentos misturados (entre homens e mulheres), nada de Yeshivá misturada (entre homens e mulheres), cuidado com estas coisas."

Na semana passada outro rabino disse que as mulheres não deveriam mais servir o exército. Parece ter gente querendo dar uma de Pinchas.

O rabino em questão tomou o cuidado de converter o termo "ortodoxos modernos" em "ortodoxos reformistas" em sua tentativa de desmerecer os rabinos e comunidade ortodoxas modernas que buscam cada vez mais dar voz à mulher, voz esta tão perigosa ao rabino, principalmente quando a mulher canta.

Shirá Chadashá, onde a voz da mulher ortodoxa canta
Graças a Deus, na comunidade judaica ortodoxa-moderna Shirá Chadashá, e mesmo em uma pequena sinagoga ortodoxa em Nachlaot, e em tantas outras, o canto das mulheres só eleva a espiritualidade e o idishkeit do serivço religioso. Ainda é uma voz minoritária no meio ortodoxo, mas está sendo escutada e aceita por cada vez mais gente. A Shirá Chadashá fica em um centro cultural em plena Emek Refaim, uma avenida que corta a Moshavá Germanit, com seus bares e restaurantes e lojas. É um dos meus locais preferidos para rezar e me conectar com Deus e com as pessoas.

Mesmo no meio ortodoxo, é interessante notar que há mais de um modo de ser judeu.

Pinchas, Stalin e o Grande Irmão
Vou arrumar as malas e escrever sobre Pinchas, 1984, Guerra é Paz, Novilingua, Minisver (Ministério da Verdade), Totalitarismo e coisas que tais, que levaram à destruição dos nossos Templos sagrados por tanto ódio gratuito.

Nos tempos de George Orwell, nos idos de 1948 - quando escreveu este seu clássico da literatura, e ano da independência do moderno Estado de Israel, aquele pequeno país em que homens e mulheres serviam o exército e onde se pretendia construir um país judaico e democrático - o escritor denunciava os resultados do totalitarismo comunista stalinista.

Hoje os tempos são outros, mudaram os candidatos a Stalin e o totalitarismo stalinista deu lugar ao totalitarismo fundamentalista, seja na Venezuela ou no Irã, na Coreia do Norte, e infelizmente, desejos de - em Israel. A Novilingua, a imposição de comportamentos, a distorção de expressões idiomáticas, culturais e religiosas, está mais viva do que nunca. O Grande Irmão não é o ingênuo e alienante Big Brother das TVs do mundo inteiro, mas o fundamentalista policialesco com ares santos disposto a tudo para impor um único modo de vida a todos. Pinchas. Ou é assim, ou é a morte. Hoje, morte religiosa e cultural. Amanhã, Deus nos livre, a morte física, em nome de D-us.

Deus nos livre disso novamente e faça com fez com Pinchas - converta a lança da morte em paz e vida. Shirá Chadashá, um novo canto, um novo poema foi elogiado pelos que foram redimidos. assim diz o Salmo de David.

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