Campanha política israelense não deve nada ao Brasil
por alguns sofridos minutos resolvi ontem acompanhar a campanha política para a Knesset de número 18. Graças a Deus, a campanha por aqui dura uns poucos dias. Tempo suficiente para que a diversão com apresentações tristes, beirando o ridículo, não se transformem em irritação.
Aqui como no Brasil, os partidos pequenos são a cereja do bolo de festa de crianças, e tornam a propaganda política pelo menos engraçada. Um partido expôs roupas íntimas, por assim dizer, "sujas" e "limpas", para ilustrar qual será a opção do eleitorado, em relação a políticos com ficha limpa e outros nem tanto. Há partidos só para jovens, só para aposentados, só para professores, só para russos, só para árabes, só para... etc.
O partido que me levou a desligar a TV e ir dormir foi a curiosa coligação entre o "Partido da Folha Verde" e um grupo de sobreviventes do Holocausto. Um sobrevivente veio à telinha para dizer que quem fuma um baseado também paga impostos, e em seguida aderiu ao Legalize Já. Estou certo de que os sobreviventes do Holocausto têm temas mais importantes para defender, como as condições de vida difíceis de muitos deles em Israel.
Partidos assim não chegam ao número mínimo de votos para concorrer a uma cadeira no parlamento israelense - embora sempre haja surpresas, como a do partido dos aposentados, que ocupa no atual parlamento algumas cadeiras.
Estes partidos, na minha opinião, só atestam e testam os limites da democracia israelense e do direito à livre expressão de pensamento, por mais esdrúxula que possa ser. Assim como no Brasil. Yes, Israel também tem seus Enéias e seus aerotrens.
A briga prá valer, no topo das pesquisas, não é muito melhor do que a travada entre os partidos nanicos. Tudo indica que Bibi Netaniahu será o novo primeiro-ministro, deixando Tzipi Livni (Kadima) e Ehud Barak (Avodá) comendo poeira. Lá como cá, a memória política é curta. Só nos resta esperar que Bibi - tudo é possível - se redima dos erros do passado. E que tenhamos segurança e paz nas fronteiras, economia revigorada, respeito às minorias dentro do Estado. Para que, como diz o hino Hatikvá (Esperança), continuemos a ser um povo livre em nossa terra. Que assim seja.
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